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Em busca de um mundo analógico

  • Chamy
  • 16 de jan. de 2018
  • 2 min de leitura



Desde que comecei a entender mais sobre o mundo da guitarra e explorar a infinidade de timbres e possibilidades, me interessei muito pelo universo dos amplificadores, principalmente valvulados. Sonhava em ter um amplificador valvulado e entrar neste mundo analógico. Eu não via a hora de poder ter um Marshall ou um Vox!


Ver filmagens do Blackmore incendiando aquele Marshall Major no show do Rainbow de 74 mostrou a brutalidade que um equipamento desses pode ter.


Com o passar dos anos conheci mais do mundo valvulado: passei a fazer shows com os amplis emprestados e me apaixonei por eles cada vez mais. Quanto mais vintage melhor! Eu adorava saber que histórias carregavam cada amplificador daquele.


Eu demorei muitos anos para que conseguisse ter um “carro com as rodas”, em outras palavras, ter a guitarra e um amplificador que tivesse um bom timbre e fosse, claro, valvulado. Com a ajuda de duas pessoas especiais na minha vida (minha amada esposa e minha mamãe), o dia de ter meu próprio valvulado foi se tornando mais próximo. E assim começa minha saga em busca de um valvulado.


Depois de muita pesquisa descobri que existiam amplificadores nacionais de qualidade e bem mais baratos que um importado. Foi nessa busca que conheci os Giannini Tremendão.

Nos anos 60, a Giannini foi pioneira na fabricação de amplificadores no Brasil, com qualidade equivalente aos melhores amplificadores importados da época, e lançou a linha Tremendão, um modelo de amplificador com a configuração muito parecida com o Fender Twin Reverb.

Porém, com o passar dos anos, o Tremendão foi, de certa forma, sendo esquecido e sucateado. Foi uma tarefa árdua encontrar um em bom estado.


Após muita procura pela internet, encontrei um exemplar de 75, vermelho, totalmente original e funcionando, na cidade de Águas de São Pedro, interior de São Paulo. Não era garantia que seria um negócio seguro, afinal estamos falando de um ampli de mais de 40 anos que nunca havia sido mexido. Chegando ao local combinado para ver o equipamento, vi que sua aparência era intacta, o revestimento quase novo, cantoneiras com pouca ferrugem, falantes Novik originais, todos os potenciômetros originais. Aquele era um exemplar com história!




Quando o testei, o volume era impressionante, e mesmo com o chiado das velhas válvulas deu pra sentir no peito os 90w saindo de 4 falantes de 12”.



Após uma bela revisão, o som cristalino e poderoso desse amplificador me acompanha na Pink Floyd Dream sendo desafiado a falar a língua de David Gilmour, uma responsabilidade e tanto para esse companheiro de mais de 40 anos de idade. Hoje ele está pronto para derrubar qualquer muro que fique na frente. Acredito que até mesmo o próprio Gilmour iria se apaixonar por esse amplificador.







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